quinta-feira, 19 de março de 2009

Modelos de Comunicação

Modelos Básicos ou Lineares de Comunicação
Este modelo, influenciado pelo por Harold Lasswel, aborda essencialmente todos os estudos relativos à comunicação enquanto fenómeno. Lasswel publicou um trabalho em 1948 onde decompunha o fenómeno da comunicação em cinco partes, desempenhando cada uma das destas, um elemento do modelo, num campo autónomo de estudos especializados. Lasswel explica que uma forma adequada para se descrever um acto comunicativo é respondendo às seguintes questões:
Quem? (Emissor - Estudo sobre o controlo) → Diz o quê? (Mensagem - Análise do conteúdo) →n Por que canal? (Meio - Análise dos media) → A quem? (Receptor - Análise da audiência) → Com que efeito? (Efeito - Análise dos efeitos).
Lasswel apresenta neste esquema:
- Um sujeito estimulador (emissor) que provoca um conjunto de respostas noutro sujeito (receptor);
- Estímulos comunicativos (o quê);
- Métodos e técnicas, linguagens e suportes que possibilitam a aplicação dos estímulos comunicativos (em que canal);
- Um sujeito experimental (a quem) que recebe estímulos e vai reagir de acordo com estes (efeitos).
O intuito deste esquema é essencialmente descritivo, cujo intuito é estabelecer a análise dos actos comunicativos.
Porém, este esquema poderá ser aplicado a vários níveis de comunicação. Lasswell implica algumas premissas consistentes, que Mauro Wolf valoriza e explica:
1- Processo assimétrico, com um emissor activo que produz estímulo a uma massa passiva de destinatários que, por sua vez, reage;
2- É um processo de comunicação intencional que tem como objectivo um determinado resultado observável e susceptível a avaliação;
3- Neste processo, os papéis de comunicador (emissor) e destinatário (receptor) surgem isolados, autonomamente das relações sociais, situacionais e culturais.
Quase ao mesmo tempo que Lasswel lança o seu modelo, Shannon e Weaver avançam com uma teoria que permitia medir cientificamente a informação.
Fonte de informação - mensagem → Transmissor – sinal → Canal – sinal captado → Receptor – mensagem → Destino ↨
Fonte de ruído

O «modelo matemático» descreve a comunicação como um processo linear, unidireccional.
A fonte de informação produz mensagens escritas, faladas, através de imagens ou de música, administradas a chegarem ao seu destinatário
O transmissor altera a mensagem num sinal de maneira a que possa ser transmitida pelo canal.
O canal é o meio que permite a transmissão de sinais. É o meio que permite a comunicação entre dois elementos de um sistema.
Fonte de ruído são todas as interferências que prejudicam a transmissão na integra da mensagem.
Cabe ao receptor proceder à descodificação da mensagem.
O destinatário indica sempre o ponto de chegada da mensagem.



Modelos cibernéticos
Analisando a Cibernética actualmente, podemos defini-la como uma «teoria da regulação e da comunicação, quer na máquina, quer no homem». Isto é, a cibernética é uma «arte de assegurar a eficácia da acção» onde e retroacção ganha um papel primordial. Esta retroacção pretende evidenciar a divulgação de uma mensagem com um efeito de retorno. Tal como, a resposta de espectadores a um determinado produto.
Em suma, poderemos dizer que o feedback é o mecanismo que assegura a eficácia da acção.
Esquema do Modelo Cibernético de Comunicação
Emissor → Mensagem → Canal → Receptor
╠ Feedback/Retroacção ╣

Modelos de comunicação de Massas

Neste modelo, o emissor ou fonte de comunicação é colectivo. As operações de interpretação e descodificação são trabalho de diversos especialistas que utilizam fontes exteriores, tendo sempre em conta a retroacção induzida.
As mensagens emitidas são várias mas bastante idênticas. Isto é, a mensagem original é ampliada e dirigida a uma multiplicidade de receptores. Por sua vez, estes vão descodificar, interpretar a codificar (reagir) de diferentes maneiras.

Modelos Culturais (ou socioculturais)
Neste modelo, Edgar Morin centra a sua análise na cultura de massas (industria e cultura) e no fenómeno do consumo cultural. Ele desenvolve a tese segundo a qual a cultura de massas é um processo dialéctico entra criação, produção e consumo.

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Estudo do Fenómeno da Comunicação

Estudo do Fenómeno da Comunicação
Perspectiva Histórica da Evolução da Comunicação/Educação (Jean Cloutier)
Penso que esta temática é fulcral para o estudo da comunicação, visto que evidência os momentos primordiais, que marcam o desenvolvimento a evolução da comunicação/educação. Para conseguirmos compreender a educação actual, é necessário compreender o progresso da comunicação. Visto esta ser cumulativa, é necessária a compreensão das suas diferentes etapas, bem como das suas condicionantes.
Fases da História da Comunicação
Segundo Denis Detroit, o termo comunicação, possui um vasto número de significações. Ele afirmava que a comunicação “fala a língua de várias ciências” (Armand, 1994), tal como a física, a teologia, a literatura... Porém, a polissemia da comunicação também nos remete para as concepções, tal como a de partilha, a da continuidade etc, tal como pudemos verificar com o estudo da epistemologia da comunicação.
Para Jean Cloutier, este conceito (comunicação) é evolutivo e recompostas inúmeras vezes ao longo dos tempos, sem nunca esquecer dos elementos constituintes do modo de comunicação anterior. Ainda segundo este autor, temos quatro fases da evolução da comunicação. Estas apresentam-se sobrepostas, onde cada uma delas, é assinalada pela utilização de novas formas de comunicação que modificam a sociedade e que criam um novo tipo de comunicação. Temos então 4 fases ou episódios da Comunicação e de como as podemos envolver na Educação:
1 – Comunicação Interpessoal (linguagens e exteriorizações) / Família;
2 – Comunicação de Elite (linguagens e transposição) / Escola;
3 – Comunicação de Massas (linguagens de ampliação) / Escola Paralela;
4 – Comunicação Individual (linguagens e registo) / Auto Educação.

1 - Comunicação Interpessoal (linguagens e exteriorizações) / Família;Esta fase teve inicio com o Homo sapiens, no momento em que aprendeu a exteriorizar tas suas ideias necessidades e desejos através do seu corpo (gesto). Começou assim na iniciação do gesto, a articulação de sons e à formação de palavras. Neste contexto, o homem é o único meio de comunicação, contendo três características essenciais:
Linguagens de exteriorização: onde a visão e a audição são os sentidos primordiais, bem como o gesto e a palavra os meios para a sua exteriorização. Esta fase de comunicação, envolve o homem como emissor e receptor através de sons e gestos. Posteriormente surgiu lentamente a palavra.
O espaço: nesta altura, a comunicação está limitada ao espaço, à capacidade do homem para ouvir e ver. Para ultrapassar esta lacuna, o homem sente a necessidade de se deslocar e de ter alguém que transmita as suas mensagens. É assim que surge a figura do mensageiro, sendo este considerado “um verdadeiro médium de comunicação”.
Tempo: a duração da comunicação é muito limitada, fixando-se pelo momento em que é produzida, podendo ainda assim serem produzidas repetições dessa mesma mensagem. Porém esta estava reduzida ao período de uma vida. Para poder prolongar um pouco este tempo, surgiram os contadores, os trovadores e os bardos que assumiam a função de “memória do tempo”.
Nesta fase da comunicação, a educação dentro da família tem um peso bastante relevante, uma vez que nela existe uma relação espaço-tempo; uma mensagem instantânea e uma necessidade de ambos os interlocutores estarem presentes. Assim sendo, a comunicação assume-se como uma estrutura educativa por excelência. Esta aprendizagem no seio familiar era sempre com o objectivo de certificar a subsistência e a herança cultural dos seus educandos (saber fazer: trabalhar na terra, caçar, pesca; mitos e costumes).
Este tipo de aprendizagem ainda hoje é praticado embora já mais como um apoio à estrutura formal de educação, a escola. Porém a raiz dos valores essenciais para a boa formação do homem está sem dúvida nenhuma na família.

2 – Comunicação de Elite (linguagens e transposição) / Escola;Cloutier denomina esta fase de “linguagens de transposição”, onde o homem vai representar o seu pensamento e tudo o que o rodeia em desenhos, esquemas, música, ritmo a particularmente a escrita fonética. Surgem assim os pictogramas e a linguagem passa a dispensar o gesto. Assim sendo, o homem começa a poder comunicar à distância. A invenção da escrita levou ao aparecimento do livro que deu aqui inicio à história, nascendo assim uma nova era no campo da comunicação.
Neste episódio da comunicação, a educação já surge na escola. Coloca-se a necessidade do uso e estudo da escrita e leitura pois, só através destes, é se poderão obter certos conhecimentos. Assim, a aprendizagem transforma-se num conteúdo acessível a pouca população (aos especialistas) e com um local adequado para ser realizado (escola), colocando um pouco de parte a família.

3 – Comunicação de Massas (linguagens de ampliação) /Escola Paralela;É aqui que surge a implementação da imprensa, culminando com o satélite. Trata-se de uma comunicação onde toda a gente tem acesso às informações, existindo portanto uma forte propagação das mensagens. Aparece um novo tipo de sociedade (sociedade de massa), fruto dos “meios de amplificação”.
O domínio da escola na educação, deixa de existir devido aos meios de difusão colectiva de massa. Com o aumento dos meios de informação (livro, jornal, rádio, cinema e televisão), associa-se à escola um novo motor impulsionador de conhecimentos e de atitudes designado “escola paralela”. Esta escola originou três movimentos distintos:
Substituição – Ivan Illich defende que o homem deveria ter a oportunidade de não frequentar a escola, acedendo livremente aos conhecimentos através dos media, ou objectos educacionais, tirando daí as suas aprendizagens.
Concorrência – Louis Porcher defende que a rivalidade entre a escola e a escola paralela está inteiramente relacionada com a estagnação da primeira, face aos avanços de segunda e a dificuldade em seguir esses memos avanços.
Complementaridade – La Borderier diz-nos que a escola paralela é um termo lastimoso uma vez que desvaloriza a aprendizagem feita na escola e só valoriza os conhecimentos adquiridos fora desta e através dos media. Para este autor, a educação terá que ser consumada na escola, juntamente com os devidos processos de aprendizagem a que cada indivíduo está sujeito, fora desta (família, meio ambiente e dos media). A escola será portanto um ponto de encontro de todas as diferentes formas de aprendizagem.

4 – Comunicação Individual (linguagens e registo) / Auto Educação.É nesta quarta fase que a técnica moderna se evidência, possibilitando a todos o acesso à gravação de sons e imagens, proporcionando assim, ao homem, novas linguagens (individuais), denominadas de self-media. Cloutier caracteriza este episódio da vida do homem enquanto Emissor e Receptor, visto que este tem agora à sua disposição uma imensidade de meios de comunicação, tanto para emitir como para receber. Assim sendo, nós próprios somos ponto de partida e de chegada da nossa própria comunicação. Nós já não somos informados, pois informamo-nos a nós próprios e informamos os outros.
Devido ao múltiplo acesso de informação disponível, surge então uma auto educação, que consiste numa múltipla acessibilidade à informação e a capacidade de o ser humano se expressar em várias linguagens.
Neste âmbito, o papel do professor e do aluno também muda pois este já poderá aceder ao conhecimento por “conta própria”, criando assim uma certa autonomia do pedagogo. Por sua vez, o professor deixa de ser um mero transmissor de conhecimentos, passando a ser um orientador, um formador...
Em jeito de síntese, podemos então afirmar que “… a comunicação apresenta-se como um conceito tão vasto e complexo que está longe a ideia de o abordar em todos os aspectos da sua imensidão e riqueza polissémica. Na realidade, a comunicação é o centro polarizador de todo o conhecimento e de toda a organização…” (FREIXO, Manuel, Teorias e Modelos de Comunicação, pág. 147).


Bibliografia:
FREIXO, Manuel João Vaz, Teorias e Modelos de Comunicação, Lisboa: Instituto Piaget, 2006.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Epistemologia da Comunicação

Epistemologia da Comunicação

Para obter uma melhor compreensão acerca da Epistemologia da Comunicação, teremos que ter em atenção aspectos e conceitos fulcrais, sem os quais não seria possível conhecer na íntegra todo o desenvolvimento do processo de comunicação. Assim sendo, irei ao longo de todo este trabalho, descrever um pouco os conceitos de entropia, ruído, redundância, bem como a distinção entre informação e comunicação.

Redundância, Ruído e Entropia

Redundância: Conceito próximo e relacionado com a “informação” que podemos criar como o que, numa determinada mensagem é informação calculável ou convencional. Ela resulta de uma previsibilidade bastante elevada. Contrariando a teoria, na prática e sob o olhar da comunicação, a redundância é útil e indispensável para a sua existência.
A redundância é a repetição inconsciente de uma determinada palavra ou ideia ao longo de uma mensagem, facilitando assim o acto da comunicação.
Em suma: A redundância é um “desregramento” de informação na mensagem, isto é, estabelece um organismo de defesa do sistema contra o “ruído”. Ela aumenta a mensagem, mas facilita a sua compreensão e interpretação.

Ruído: Responsável pelas pelas interferências que prejudicam a transmissão perfeita da mensagem. Deve entender-se então por ruído, tudo aquilo que se pode “intrometer” na emissão de uma mensagem.
Uma avaria ou uma interferência quando estamos a ver o noticiário será então um exemplo de ruído. Assim sendo, já haverá uma parte da mensagem que não chagará ao seu receptor

Entropia: A entropia surge como na construção de uma visão, fundamentada na informação e na comunicação (FREIXO, Manuel, Teorias e Modelos de Comunicação, pág. 147). Ela tem uma previsibilidade reduzida (muito baixa) e com muita informação ao mesmo tempo, provocando assim uma desordem no sistema.

Informação e comunicação:

Comunicação e Informação são dois conceitos que se confundem entre si, porém é essencial distingui-los.
O conceito de Comunicação é muito mais complexo e abrangente que o conceito de Informação. Mas porquê?

A comunicação na sociedade, estabelece uma actividade progressiva, cumulativa, um acto deliberado e é ainda um processo.
A comunicação aparece como uma necessidade social, uma exigência económica e um imperativo político. Ela tem como principais funções: informar, persuadir, educar, socializar e distrair… A comunicação é um diálogo/interacção entre duas ou mais pessoas, um emissor e pelo menos um receptor (que se entendam na mesma linguagem), trocam ideias, informações ou mensagens. Porém o termo da palavra, para mim é muito mais abrangente, pois considero que factores como gestos, sons etc, são também actos de comunicação.
Portanto a comunicação é uma informação que é enviada a alguém, e que é partilhada. O destinatário terá de a receber e de a assimilar.
Já a informação é o acto de comunicar (partilhar) com outra pessoa “concepções” que outrem desconhece. Assim sendo, é mais do que difundir qualquer “comunicação” pois, segundo Lopes (1996), principalmente, e acima de tudo, elaborar essa comunicação, que há-de ser canalizada para o processo comunicativo. Por isso, quando se diz “informar é também escolher”, está implícita a ideia de seleccionar o “meio mais apropriado”, utilizar a linguagem mais adequada e codificar a mensagem da forma mais eficaz, para atingir o público que se pretende.
Concluindo, a comunicação é um processo que podemos considerar racional, que estimula a interacção dos intervenientes e promove o “feedback”.
A Informação, por norma não motiva comunicação. Dar uma informação é considerado um acto em si mesmo, visto que o emissor não espera uma resposta por parte do receptor. Ela é uma novidade, uma parte da orientação, uma realidade duradoura ou transitória, etc.

Bibliografia:
FREIXO, Manuel João Vaz, Teorias e Modelos de Comunicação, Lisboa: Instituto Piaget, 2006.
Internet:
http://saladeaula.terapad.com

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

A poesia não está no papel

A poesia não está no papel
Está na vida
Vista e sentida
Por olhos sensíveis
E corpos que se permitem ir além.
Por almas que ousam
Interiores que gritam.

Ser poeta um dia é fácil
Difícil é sê-lo sempre.
Fácil é amar

Difícil é o libertar de quem se ama
Libertar as palavras que inflamam.
Mas mais difícil não é libertar
Nem amar, criar, ousar.
Difícil é ser.
Um ser contido no mundo
E conter o mundo dentro de si.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Olá

Olá, para iniciar este meu blog, vou falar um pouco do meu percurso académico. Sou professora de 1º Ciclo - Ensino Básico e estou a frequentar uma Pós-Graduação em TIC em Macedo de Cavaleiros no Instituto Piaget. Espero obter novos conhecimentos, bem como fazer muitas amizades também.